sábado, 17 de dezembro de 2011

"Qualquer amor é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura."*

* João Guimarães Rosa

Fotografia: F.S.S.

M a n h ã s

 Hoje canto versos
Pelos dias e amigos
Que conhecemos e vivemos
Mas se de onde estiverem,
não ouvirem, entenderemos,
Pois cada um é peregrino das suas escolhas
E tantas são as opções.
Caminhamos todos os dias
E em todas as vias.
Nossas despidas vozes pedem passagem.
Nem é preciso
Ter tanta coragem.
Vem os irmãos, as irmãs, vão nossos filhos.
É preciso plantar flores!
E flores são utopias escondidas pela estrada.
Não é preciso escondê-las,
nem temê-las, nem engoli-las à seco
Que seja tinto o nosso vinho
E nos acompanhe na alegria
Ó companheiro! Ó companheira!
Ora a confissão, ora revelação do âmago.
É preciso galgar palavras,
É preciso dizer com o nu de nossa voz.
Reviver a inquietude
que assola a indiferença.
Que seja luz enquanto dia
Que seja noite enquanto trevas
Que a palidez seja apenas sombras.
Não temamos a descoberta das paixões
Que sempre nos surpreende
E às vezes, nos coloca na retaguarda,
Cogitando um mundo inabitável.
Mas quem irá para Pasárgada
Se o nosso refúgio é o universo do outro?
O outro nos completa, nos espelha,
Nos reemenda, nos habita,
Nos compõe em verso de cores.
Floreia a alma da gente
A frente do teu perfume.
Flores são utopias
Reveladas em teus lábios.
Chá de cidreira, ar de cerejeira,
Tudo a beira do rio
Até que a manhã seja revelada
E o amor rotineiramente nos renove
Cada vez mais belo,
Cada vez mais sábio!

Fabiano Soares da Silva

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